Com os salários atrasados há uma semana, rodoviários das cinco maiores empresas de ônibus de Campos irão paralisar totalmente as atividades nesta terça-feira, por 24 horas, descumprindo a liminar judicial que obriga a circulação de pelo menos 60% da frota durante a greve, deflagrada no último dia 29. A decisão, que partiu dos trabalhadores, contraria inclusive a orientação do Sindicato que representa a categoria. Com a paralisação, a expectativa é de que apenas 10% dos coletivos estejam em circulação.
Motoristas e cobradores das empresas que pagaram os salários de setembro em dia - Brasil, Cordeiro, Siqueira e Jacarandá - não devem aderir ao movimento. Os trabalhadores das demais empresas ficarão reunidos nas respectivas garagens à espera de um posicionamento da classe patronal. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Cargas e Passageiros de Campos (SintransCampos), Roberto Virgílio, informou que tentaram convencê-los a desistir do movimento.
"A orientação do Sindicato é de que eles cumpram o que determina a liminar. Mas, diante da situação, sei que isso será quase impossível. Vamos tentar conversar ainda assim. Caso mantenham a paralisação, estamos 'enrolados'. Não sabemos como o Tribunal irá entender essa decisão. Da mesma forma que não podemos obrigá-los a trabalhar. A situação é bastante difícil", revelou Virgílio.
Ele ainda avaliou que a greve deflagrada em 29 de setembro tem embasamento. "Apesar de concordar com a decisão da paralisação de 24 horas, acho que os trabalhadores tiveram razão ao deflagrar a greve em setembro. A categoria está há sete meses nesta luta e até hoje a patronal não ofereceu, sequer, 1% de reajuste", finalizou.
*O Diário
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