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SarsCoV-2 já circulava no Espírito Santo em dezembro de 2019, indica estudo

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

/ PPM

 


Pesquisa também sugere que dengue e chicungunha encobriram a presença do novo coronavírus em pacientes.

RIO — Um estudo com pacientes testados para arboviroses no Espírito Santo identificou anticorpos para o Sars-CoV-2 em uma pessoa que procurou o sistema de saúde com suspeita de dengue em dezembro de 2019, antes mesmo da China anunciar à OMS o primeiro caso de Covid-19. No Brasil, o primeiro caso do novo coronavírus só foi identificado oficialmente em fevereiro de 2020.

O achado faz parte do estudo “Casos ocultos de Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavírus 2: um obscuro mas presente perigo em regiões endêmicas para vírus da Dengue e Chikungunya", realizado por pesquisadores do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Espírito Santo (Lacen), Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo e do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (Portugal).  

O objetivo dos pesquisadores era descobrir se haveria presença simultânea do novo coronavírus com os vírus de dengue e chicungunha em regiões endêmicas do estado, considerando que alguns sintomas das infecções podem ser semelhantes, como febre, dores no corpo e dor de cabeça.

Com 7.370 amostras analisadas, de dezembro de 2019 a junho de 2020, foram detectados anticorpos para o SarsCoV-2 em 210 (2,85%) pessoas, revelando casos de Covid-19 que podem ter sido concomitantes com arboviroses ou confundidos com elas.

A presença de arbovirose endêmica pode levar a uma conclusão errônea se não foi feita a testagem para o SarsCoV-2. Acreditamos que esse novo vírus possa ter se beneficiado da concomitância para passar despercebido, tornando a disseminação mais rápida. Se o clínico não estiver atento, ignorando que a febre e dores podem ser sintomas de Covid-19, ele pode diagnosticar arbovirose e não isolar o paciente. Isso foi uma realidade no auge da pandemia — afirma Rodrigo Ribeiro Rodrigues, diretor geral do Lacen-ES.


Os pesquisadores buscam, agora, descobrir qual o efeito na saúde do paciente caso seja infectado por uma arbovirose e pelo SarsCoV-2 ao mesmo tempo: 


— Há duas linhas de pensamento sobre isso. Uma que levaria ao abrandamento dos sintomas porque os anticorpos da dengue abrandariam a Covid-19. A outra aponta o contrário: o estado inflamatório da arbovirose poderia potencializar a inflamação pela Covid. Verificar isso é um dos próximos passos — diz Rodrigues.





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