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300 Anos de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

/ I.R.
O Santuário Nacional recebeu sua terceira Rosa de Ouro, enviada pelo Papa Francisco, nessa semana, como expressão de seu amor e devoção a Nossa Senhora Aparecida. O presente, que representa a predileção do pontífice por personalidades e Santuários insignes, será entregue pelo cardeal Giovanni Battista Re, representante do Santo Padre para as celebrações dos 300 anos do encontro da Imagem da Padroeira do Brasil. A cerimônia de recepção da Rosa aconteceu às 19h, durante o último dia do novenário.

O anúncio oficial foi realizado pelo arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, na noite deste sábado (7). Diante de milhares de devotos que acompanhavam a Novena Solene no maior templo mariano do mundo, o religioso destacou a importância espiritual do presente pontifício. “A Rosa de Ouro simboliza o perfume das virtudes que nos santificam. Esperamos uma chuva de graças, de pétalas de rosas sobre o Brasil e o Santuário Nacional”, disse Brandes.

O artefato pesa cerca de um quilo e mede aproximadamente 50 centímetros. Apesar do pouco tamanho, o presente, quase milenar, carrega consigo uma grande história.

A primeira referência a este sinal é encontrada em um documento de 1049, emitido pelo Papa Leão IX. Neste período, a Rosa era abençoada no quarto domingo da Quaresma, quando a liturgia da Igreja Católica recorda a alegria. Com a reforma litúrgica empreendida pelo Concílio Vaticano II, o rito passou a ser simplificado e a entrega do símbolo passou a ser ainda mais rara.

Habitualmente, a Rosa de Ouro é entregue apenas uma vez no ano. Em 2017, porém, esta será a segunda vez que Francisco confere o presente, já que em maio deste ano, Bergoglio já havia presenteado o Santuário de Fátima com a insígnia.

Com este gesto, o chefe da Igreja Católica repete o ato realizado por Paulo VI e Bento XVI, que presentearam Nossa Senhora Aparecida com a Rosa de Ouro em 1967 e 2007, respectivamente. Curiosamente, a primeira entrega aconteceu também por meio de um enviado pontifício, na celebração dos 250 anos do encontro da Imagem da Padroeira do Brasil. Já o papa Ratzinger entregou o presente pessoalmente durante sua visita ao Santuário Nacional. Ambas estão conservadas no Museu Nossa Senhora Aparecida, na Torre do Santuário e podem ser visitadas pelo público.

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UM POUCO DA HISTÓRIA 

Aparição
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (anterior a 1743) e no Arquivo da Companhia de Jesus, em Roma: a história registrada pelos padres José Alves Vilela, em 1743, e João de Morais e Aguiar, em 1757, cujos documentos se encontram no Primeiro Livro de Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá.

Segundo os relatos, a aparição da imagem ocorreu na segunda quinzena de outubro de 1717, quando Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, conde de Assumar e governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, estava de passagem pela cidade de Guaratinguetá, no vale do Paraíba, durante uma viagem até Vila Rica.

O povo de Guaratinguetá decidiu fazer uma festa em homenagem à presença de Dom Pedro de Almeida e, apesar de não ser temporada de pesca, os pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba com a intenção de oferecerem peixes ao conde.Os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso rezaram para a Virgem Maria e pediram a ajuda de Deus. Após várias tentativas infrutíferas, desceram o curso do rio até chegarem ao Porto Itaguaçu. Eles já estavam a desistir da pescaria quando João Alves jogou sua rede novamente,  em vez de peixes, apanhou o corpo de uma imagem da Virgem Maria, sem a cabeça. Ao lançar a rede novamente, apanhou a cabeça da imagem, que foi envolvida em um lenço. Após terem recuperado as duas partes da imagem, a figura da Virgem Aparecida teria ficado tão pesada que eles não conseguiam mais movê-la. A partir daquele momento, os três pescadores apanharam tantos peixes que se viram forçados a retornar ao porto, uma vez que o volume da pesca ameaçava afundar as embarcações. Esta foi a primeira intercessão atribuída à santa.

Início da devoção
Durante os quinze anos seguintes a imagem permaneceu na residência de Filipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para orar. A devoção foi crescendo entre o povo da região e muitas graças foram alcançadas por aqueles que oravam diante da santa. A fama de seus supostos poderes foi se espalhando por todas as regiões do Brasil. Diversas vezes as pessoas que à noite faziam diante dela as suas orações, viam luzes de repente apagadas e depois de um pouco reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. A família construiu um oratório no Porto de Itaguaçu, que logo tornou-se pequeno para abrigar tantos fiéis.

Assim, por volta de 1734, o vigário de Guaratinguetá construiu uma capela no alto do morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. A capela foi erguida com a ajuda do filho de Filipe Pedroso, que não aprovava o local escolhido, pois considerava mais cômodo para os fiéis uma região próxima ao povoado.

No dia 20 de abril de 1822, em viagem pelo Vale do Paraíba, o então Príncipe Regente do Brasil, Dom Pedro I e sua comitiva, visitaram a capela e conheceram a imagem de Nossa Senhora Aparecida.

O número de fiéis não parava de aumentar e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (a atual Basílica Velha), sendo solenemente inaugurada e benzida em 8 de dezembro de 1888.

Coroa de ouro e o manto azul
Em 6 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e ofertou à santa, em pagamento de uma promessa (feita em sua primeira visita, em 8 de dezembro de 1868), uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado.


Coroação da imagem
A 8 de setembro de 1904, a imagem foi coroada com a riquíssima coroa doada pela Princesa Isabel e portando o manto anil, bordado em ouro e pedrarias, símbolos de sua realeza e patrono. A celebração solene foi dirigida por D. José Camargo Barros, com a presença do núncio apostólico, muitos bispos, o presidente da República Rodrigues Alves e numeroso povo. Depois da coroação o papa concedeu ao santuário de Aparecida mais outros favores: ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida, e indulgências para os romeiros que vêm em peregrinação ao Santuário.

Instalação da basílica
No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, sagrada a 5 de setembro de 1909 e recebendo os ossos de são Vicente Mártir, trazidos de Roma com permissão do Papa.
Emancipação político-administrativa Em 17 de dezembro de 1928.

A rainha e padroeira do Brasil
Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Principal em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio XI.[15] A imagem já havia sido coroada anteriormente, em nome do papa Pio X, por decreto da Santa Sé, em 1904.

Pela Lei nº 6 802, de 30 de junho de 1980, foi decretado oficialmente feriado o dia 12 de outubro, dedicando-se este dia à devoção. Também nesta lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil.

Rosa de Ouro
Em 1967, ao completar-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a “Rosa de Ouro”, gesto repetido pelo Papa Bento XVI que ofereceu outra rosa, em 2007, em decorrência da sua viagem apostólica ao país nesse mesmo ano, reconhecendo a importância da santa devoção.[16] Em 9 de outubro de 2017, o Papa Francisco concede a terceira rosa em comemoração aos 300 anos da aparição da imagem.

WIKIPEDIA / a12.com
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