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Fábrica da Boechat Freios reabre em Itaperuna

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

/ PPM

Autorizado pela Justiça, um grupo empresarial arrendou a Fábrica Boechat para um retorno à altura da história da indústria, uma das grandes geradoras de empregos de Itaperuna.


Relembre - Itaperuna perde uma enorme engrenagem econômica

Itaperuna: 02-03-2016 - 18h26

Por: William Santos Lima

Quando desenhamos a linha que compõe a história socioeconômica da cidade de Itaperuna, que nos idos da década de oitenta do ano de mil e oitocentos se firmava enquanto município,

é impossível não apontar um marco: a criação da Fábrica Boechat. Essa semana, no entanto, foi divulgado pela mídia que a Justiça fechou a Fábrica por pedido de falência. Uma notícia dessas, para quem é itaperunense, soa quase como uma brincadeira, uma invenção ilógica de um desocupado qualquer. A verdade se revelou diferente, no entanto.

José Boechat Borges, iniciou seu empreendimento em 1961, a princípio como uma pequena oficina, mas como visionário que é, percebendo a crescente demanda de freios (particularmente de veículos pesados), criou em 1968 a Fábrica Boechat. Desde então, a pequena oficina se tornou referência no norte do estado produzindo conjunto de freios, câmara de freios, espelhos de freios(dentre outras peças).


Lembro-me bem, no tempo em que era criança, do prestígio que era trabalhar na fábrica. Bastava perguntar a um funcionário para ouvir uma resposta calorosa, carregada de orgulho: Trabalho na Fábrica Boechat. No ainda intricado perfil socioeconômico de Itaperuna, uma engrenagem importante se desenhava para garantir o funcionamento daquele município promissor. Tal verdade não poderia ser mais absoluta, a Fábrica Boechat não somente se tornou uma engrenagem importante, como se fundiu a máquina, se misturou de forma tão engenhosa que hoje, é difícil imaginar Itaperuna sem essa engrenagem. Na verdade, a máquina se construiu um pouco no entorno da engrenagem, e não a engrenagem se adaptou a máquina.

Essa peça, exerceu seu papel com excelência, impactou a sociedade itaperunense de forma positiva e tem participação mais que óbvia no crescimento do município. Porém, como toda engrenagem, se desgastou com o tempo. Como Mestrando em Administração de empresas, não vou discorrer sobre o que a levou a pedir falência, apesar de entender bem os princípios que podem a ter colocado nessa terrível estatística*. Me reservo a lamentar o que aconteceu, e a lembrar a todos desse modelo de empreendedor, que transformou uma cidade e se tornou exemplo para toda uma geração, que agora tem o dever de fazer exatamente o mesmo, arregaçar as mangas, sonhar, projetar, empreender e quem sabe, se tornar parte da história.

Por: William Santos Lima / BNB 
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