Projeto transforma em patrimônio procissão de padroeira
A Assembléia Legislativa (Alerj) aprovou na tarde desta terça-feira projeto de lei de autoria do deputado estadual Bruno Dauaire (PR) que torna a procissão terrestre de Nossa Senhora da Penha, padroeira de Atafona, distrito de São João da Barra, patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A devoção à santa que abençoa a foz do Rio Paraíba do Sul, reduto de pescadores, é uma das mais importantes do catolicismo em todo o Norte e Noroeste Fluminense. Atrai inclusive fiéis da capital e de estados vizinhos.
A aprovação já transforma o projeto em lei, cuja vigência ajudará a preservar a tradição que vem desde o século XIX. A conquista é uma homenagem que se fará perpetuar pelas futuras gerações. A garantia de manter essa história pelos jovens e crianças, hoje e sempre, explica o deputado Bruno, autor do projeto, é o principal objetivo.
A procissão de Nossa Senhora da Penha não tem data fixa. Ela acontece sempre na segunda segunda-feira após o domingo de Páscoa, após um fim de semana de atividades culturais e esportivas e vários momentos de fé cristã. Muitas pessoas pagam processas e há um número significativo de batizados de crianças, em virtude de grande fé de seus familiares em Nossa Senhora da Penha.
Dez mil fiéis chegam a acompanhar a procissão. Eles percorrem as principais ruas de Atafona com a imagem da santa e de outros santos católicos. “É um grande ato de fé cristã, de muita emoção. Divulga Atafona a toda a nossa São João da Barra, preserva nossa história e é também um símbolo da vocação sanjoanense pelo turismo religioso”, destaca Bruno.
A procissão de Nossa Senhora da Penha percorreu as ruas de Atafona pela primeira vez no século XIX. Em 1857 foi criada a Irmandade de Nossa Senhora da Penha de Atafona e, três anos depois, a igreja começou a ser construída pelos pescadores devotos, sendo concluída em 1881. Seis anos antes do término da obra, a igreja recebeu a visita de Dom Pedro II.