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Servidor do Rio cobra de Paes condições de trabalho e plano de carreira na saúde

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

/ PPM

Servidores do município do Rio de Janeiro aproveitaram hoje (18) a participação do prefeito Eduardo Paes em cerimônia religiosa, no jardim do prédio-sede da prefeitura, no centro, para protestar por melhores condições de trabalho e contra a administração de hospitais públicos por organizações sociais (OS). Segundo os servidores, a contratação das OS, além de não melhorar o atendimento, é fonte de corrupção e de disparidade entre os profissionais.

O Sindicato dos Servidores Públicos do Município (Sisep-Rio) afirmou que a gestão privada dos hospitais gera um déficit para o fundo de previdência privada complementar, o Previ-Rio, já que os contratados pelas organizações sociais não participam das contribuições. Hoje, nas contas do sindicato, há 1,4 servidor na ativa para cada aposentado. A relação já foi de 3 para 1.

“Os servidores da saúde sabem que a contratação por OS, sem concurso, leva o Previ-Rio ao fiasco”, garantiu o presidente Frederico Sanches. Ele disse que há déficit no sistema e defende um plano de carreiras que melhore a remuneração dos funcionários.

Durante a chegada da imagem de São Sebastião, padroeiro do Rio, os servidores gritaram “falta saúde”, “falta zoológico” e “Maria da Penha nele”. Os protesos faziam referência à crise da saúde, com a municipalização de dois hospitais estaduais, ao fechamento do zoo por causa da situação crítica dos animais e também à lei de combate à violência contra a mulher. Um dos principais secretários de Paes, Pedro Paulo, presente à celebração, admitiu ter agredido a ex-esposa "em momento de descontrole".

O presidente da Associação de Funcionários Administrativos do Rio (AFA-Rio), César Ribeiro, lembrou que o Ministério Público Estadual investiga as OS por sobrepreço em medicamentos e por desvio de verbas. Segundo ele, a gestão direta da prefeitura, além de gerar economia aos cofres públicos, evita a disparidade entre funcionários públicos.

Ribeiro criticou a diferença de remuneração entre servidores da prefeitura e os contratados pelas OS, que ganham mais para fazer o mesmo trabalho dos concursados. “Os cargos técnicos estão com salários muito baixos. Há um abismo nos pagamentos”, acrescentou.

Antes de a cerimônia de São Sebastião acabar, a Guarda Municipal procurou, discretamente, convencer os manifestantes a não atrapalharem a missa. O pedido não foi atendido.

O prefeito deixou o local sem comentar as reivindicações dos servidores e sem falar à imprensa.


Foto: Tânia Rêgo Edição: Armando Cardoso - Agência Brasil
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