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Petróleo: choque e contrachoque

domingo, 24 de janeiro de 2016

/ PPM

Esta semana, o Brasil e o mundo foram surpreendidos ao testemunharem a cotação do barril do petróleo, no mercado internacional, chegar a menos de U$30. O valor é equivalente ao preço de 2004, ou seja, de 12 anos atrás. Na história de quase meio século de exploração de petróleo, só conhecíamos dois choques do petróleo: o primeiro em 1974, quando a Petrobras anunciou a descoberta de petróleo na bacia marítima de Campos: o rei Faisal [Khalid Al Faisal], da Arábia Saudita, determinou um bloqueio de fornecimento de petróleo ao mundo ocidental, e o segundo choque, decorrente da guerra do Irã contra o Iraque.

O que vem ocorrendo no mundo do petróleo, desde o meado de 2014, está sendo chamado por especialistas de segundo contrachoque do petróleo, provocando de forma abrupta a queda livre do preço do barril, que estava estabilizado em U$S 115 em junho de 2014. Em 1973, o rei decretou um boicote de fornecimento de petróleo, elevando o preço de U$S 3 para U$S 12. Anos depois, com a guerra do Irã contra o Iraque, o preço do barril saltou de U$S 12 para acima de U$S 30 à época.

Esse segundo contrachoque do petróleo, onde o produto caiu de U$S 115  para menos de U$S 30, em decorrência da superprodução e a forte crise recessiva pelo qual  vem passando as principais economia do mundo. A cidade de Campos, que lutou tanto para ter a justa indenização pela produção de petróleo, está vivendo um dos momentos mais difíceis destes últimos 40 anos, pois o município deixou de receber em 2014 mais de R$ 106 milhões e, agora, em 2015, mais de R$ 600 milhões.

Diversos segmentos da sociedade, vendo o crescimento da receita do município, se acomodaram e vivem da dependência da prefeitura. Agora, precisamos reconhecer que ninguém está preparado para enfrentar uma crise desse porte. A prefeita Rosinha, com a sua experiência, tomou medidas enérgicas para enfrentar a crise, sobrevivendo 2015, porém, novas medidas estão sendo tomadas para enfrentar um ano ainda pior: 2016. É preciso a união de todos: poder público e privado, bem como todas as demais autoridades constituídas para, com diálogo e entendimento, manter o equilíbrio financeiro da prefeitura, que tem uma grande parcela no cálculo do PIB da nossa cidade.

As prefeituras do circuito do petróleo estão como órfãos. O estado, praticamente, quebrado, sem condições até mesmo de pagar em dia os seus servidores, e o governo federal encontra-se atado, com a brutal crise fiscal que a União vem passando, prejudicando ainda mais os municípios com a paralisação de obras, repasses de convênios e outras despesas realizadas em parceria com o governo federal.A situação é difícil…grave…que requer reflexão de todos.

Suledil Bernardino - Secretário de Controle Orçamentário e Auditoria.
PMCG
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