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Nova fase da Lava Jato entenda

quarta-feira, 15 de julho de 2015

/ PPM

A Polícia Federal realizou uma operação nesta terça-feira (14) para cumprir 53 mandados de busca e apreensão autorizados em seis inquéritos do Supremo Tribunal Federal que investigam políticos na operação Lava Jato. Os mandados, autorizados pelos ministros do STF Teori Zavascki, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, tinham como alvo residências e empresas dos politicos.
Entre os políticos que tiveram a casa revistada por agentes da PF estão os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE)  e o ex-deputado e ex-ministro Mario Negromonte (PP-BA).
De acordo com a PF, os mandados são para evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. A operação desta terça foi batizada pela polícia de Politeia. O termo faz referência ao livro A República, do filósofo Platão, que descreve uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção.
Veja do que são suspeitos na investigação da Lava Jato os políticos que foram alvo das buscas e apreensões desta terça-feira:
Fernando Collor (PTB-AL), senador
O doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Lava Jato, disse em depoimento que o senador e ex-presidente da República recebeu cerca de R$ 3 milhões em propina em um negócio da BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
Collor também aparece na delação premiada do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, segundo reportagem da revista "Veja". O empreiteiro afirma ter pago R$ 20 milhões a Collor entre 2010 e 2012 em troca da influência do senador em negócios com a BR Distribuidora.
O senador nega as acusações. Em sua página pessoal no Facebook, quando foi aberto o inquérito no STF, em março, ele afirmou estar "limpo" e não temer nenhuma investigação.
Ciro Nogueira (PP-PI), senador
Segundo depoimento do doleiro Youssef, o senador seria beneficiário do pagamento de propina do esquema de corrupção na Petrobras ao PP. Segundo Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal e também delator, Nogueira assumiu a liderança "informal" da legenda após a morte de José Janene e era ele quem determinava como seriam feitos os repasses ao PP.
O senador nega as acusações. Sobre a busca e apreensão desta terça, o advogado de Nogueira, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse considerar a busca “abusiva”. “O senador já falou, colocou à disposição da polícia o sigilo telefônico, bancário e fiscal. Vivemos
uma época em que medidas invasivas se tornaram regra, não exceção. Ele já prestou
depoimento”, afirmou o advogado.
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), senador
Fernando Bezerra Coelho responde a investigação por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. A acusação partiu do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada.
Em depoimento dado em agosto do ano passado, Costa relatou que, em 2010, Bezerra Coelho pediu R$ 20 milhões para a campanha à reeleição do então governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em 2014 . Na época, Bezerra Coelho era secretário de Desenvolvimento da administração de Campos. Ele nega as acusações.
Em nota divulgada por sua assessoria sobre a busca e apreensão em sua casa nesta terça, o senador informou que confia no "pleno esclarecimento dos fatos" (veja íntegra da nota).
Eduardo da Fonte (PP-PE), deputado
Paulo Roberto Costa afirmou que em 2010 se reuniu com o Eduardo da Fonte e com o senador Sérgio Guerra, falecido em 2014, para discutir como barrar a instalação de uma CPI para investigar contratos da Petrobras. De acordo com Costa,  ficou decidido o pagamento de R$ 10 milhões a Guerra para barrar a CPI. De acordo com Youssef, o deputado recebia repasses mensais entre R$ 30 mil e R$ 150 mil da "cota" do PP no esquema de corrupção que atuava dentro da Petrobras.
Por meio da assessoria, o líder do PP disse nesta terça que está "à disposição da Justiça para colaborar no que for possível para esclarecer todos os fatos".
Mario Negromonte (PP-BA), ex-ministro e ex-deputado
Segundo Youssef, após a morte de José Janene, o líder do esquema passou a ser o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. Com a entrada do ex-ministro, de acordo com o doleiro, a cúpula do partido se enfraqueceu. Paulo Roberto Costa também disse que repassou R$ 5,5 milhões ao ex-ministro.
O ex-ministro Mario Negromonte negou, por meio de nota divulgada na época da abertura do inquérito, que tenha recebido vantagens indevidas “em qualquer cargo público que tenha ocupado” e afirmou que jamais contribuiu para prática ilícita.
G1
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