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Clarissa apoia Chinaglia à presidência

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

/ Redação


Um almoço nesta sexta-feira (9), no restaurante La Fiorentina, no Leme, zona sul do Rio, entre deputados federais da bancada fluminensne, deve selar o apoio de um bloco suprapartidário à candidatura do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara. O objetivo maior é impedir a vitória do candidato Eduardo Cunha (PMDB), que muitos desses parlamentares consideram sem condições morais para presidir o Legislativo.

Citado como beneficiado do esquema de Alberto Youssef, Cunha será alvo de uma investigação pedida pelo Ministério Público Federal ao STF (Supremo Tribunal Federal). Cunha é suspeito de ter recebido dinheiro pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como "Careca", que atuaria como um dos funcionários do doleiro. 

Na primeira semana de fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar denúncias contra os envolvidos no esquema com foro privilegiado. O deputado nega as acusações e se diz "absolutamente tranquilo" quanto às investigações.

A deputada Clarissa Garotinho (PR), uma das organizadoras do encontro, chegou a afirmar que, se Eduardo Cunha for eleito presidente da Câmara dos Deputados, o "escândalo do mensalão será fichinha". Anteontem, ela voltou à carga e criticou o peemedebista, que diz não ser de situação ou oposição ao governo, mas de "independência". "Ele só não depende de ninguém para negociar o que for melhor para ele", disparou Clarissa. 

Cunha diz já ter garantido 204 votos do total de 513 e afirma ainda ter um cartucho para queimar se a candidatura petista registrar maior crescimento: o deputado federal Jair Bolsonaro (PP) disse estar predisposto a lançar candidatura só para servir de linha auxiliar ao nome do peemedebista. Além deles, Júlio Delgado (PSB-MG) é candidato, de oposição. 

Além de Clarissa, integral a frente pro Chinaglia os deputados Alessandro Molon (PT), Jandira Feghali (PC do B), e Hugo Leal (Pros). A 200 metros do local do almoço, no mês passado, Cunha reuniu o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e deputados num encontro no Hotel Windsor. 

A expectativa é ter pelo menos 15 dos 46 deputados federais do Rio no apoio à candidatura do petista. A dificuldade, segundo os organizadores, é reunir os deputados em meio ao recesso parlamentar - a posse em Brasília será no dia 1º de fevereiro, data da eleição do novo presidente. 

Sobre os 204 deputados que Eduardo Cunha contabiliza como certos para sua eleição na Câmara, Clarissa também discorda. "Ele blefa muito. Ele só está em vantagem porque começou a campanha antes. Ele é um lobista com mandato". Outra das organizadoras do encontro, Jandira Feghali, líder do PC do B na Câmara, já definiu até um lema para o almoço: "Eduardo Cunha não passará". 

Os parlamentares do Psol fluminense serão convidados para o evento, mas o apoio deles ainda é incerto. Na avaliação dos defensores de Chinaglia, o voto dos psolistas é certo para um provável segundo turno entre ele e Eduardo Cunha. 

Chinaglia reuniu cerca de 80 apoiadores num encontro após a posse da presidente Dilma Rousseff, na semana passada, e disse que "não é independente quem indica cargo no governo", em referência ao adversário. O peemedebista rebateu, dizendo que Chinaglia indicou o filho para conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O petista presidiu a Câmara de 2007 a 2009, durante o governo Lula.

Bolsonaro espera apenas a hora de entrar em cena. Em novembro, pouco depois de se sagrar como o deputado mais votado do Estado do Rio, declarou que seria candidato à presidência da Câmara para marcar posição e "ter dez minutos a mais de fama". Agora, defende Eduardo Cunha, mas diz que, se a candidatura do PT crescer até fevereiro, será candidato. O curioso é que não pedirá votos ou fará proposta. 

Quer apenas criticar o petista e saudar o PMDB. "Se a candidatura do PT crescer, sou candidato. E falarei para não votarem em mim, e sim no Eduardo Cunha. Se um petista assumir a Câmara, é o fim oficial da democracia. Usarei meus dez minutos na tribuna para reclamar disso". Bolsonaro fez o mesmo em 2005, na eleição que elegeu Severino Cavalcante (PP-PE) para a presidência da Casa. Lançou-se candidato, teve apenas dois votos e usou seus dez minutos de fala na tribuna para atacar adversários.

FONTE: JORNAL O DIÁRIO
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